O Universo segundo o Tantra
Mestre Bhava.
1. Shiva (O sempre Benevolente) aspecto “masculino” ou Consciência de realidade bipolar definitiva.
2. Shakti (O Poder dele) aspecto “feminino” ou Poder da realidade bipolar definitiva que polariza a consciência no Eu (aham) e no Isso (idam) ou entre o “sujeito” e o “objeto”, mas separa-os de forma dual. O poder primordial do Eu.
3. Sadakhya (Aquele que é chamado de Ser) é a vontade transcendental que reconhece e afirma “Eu sou isso” com a ênfase no “Eu” em vez de no objeto ou objetivo do “Isso” do Ser universal.
4. Ishvara (O Senhor) É o Criador, que corresponde a realização do “ Isso sou Eu”, enfatizando de mudo sutil o lado objetivo do Ser e, portanto estabelecendo o estágio para a evolução cósmica. Ele mesmo se criou.
5. Sad-Vidya (O Conhecimento do Ser) É o estado de equilíbrio estabelecido entre o subjetivo e o objetivo, que são agora distinguíveis no interior do Ser.
II. Princípios Limitantes (Tattva 6)
6. Maya (Aquela que mensura, que mede) O poder de ilusão inerente na Realidade Definitiva pela qual o Ser parece estar limitado e mensurável através da separação do sujeito e objeto, que assinala o início da ordem mais impura da existência.
Princípios das cinco coberturas ( Tattvas do 7 ao 11)
7. Kalã (A Parte) O princípio da criação pela qual a consciência se torna limitada.
8. Vidya (O Conhecimento) O princípio pelo qual a onisciência da criação é reduzida, causando o conhecimento finito.
9. Raga (A Ligação) O princípio pelo qual a inteireza da Consciência se rompe, dando origem ao desejo por experiências parciais.
10. Kãla (O Tempo) O princípio pelo qual a consciência eterna é reduzida à existência temporal, com passado, presente e futuro.
11. Niyati (A Necessidade) O princípio pelo qual a independência e impregnação da consciência são rompidas, ocasionando limitação relativa à causa espaço e forma.
III. Princípios de Individuação.
12. Purusha (O Homem) ou Anu (átomo). O sujeito consciente, ou o Self que vivencia a realidade objetiva.
13. Prakriti (A Nutriz). A realidade plenamente objetificada, ou natureza, que é exclusiva de cada sujeito consciente.
IV. Princípios de Instrumento Interior. (Antahkarana)
14. Buddhi (A Compreensão). A faculdade mental da inteligência, que é caracterizada pela capacidade para fazer distinções.
15. Ahamkara (O Eu-artífice). O princípio da individuação pelo qual uma pessoa se apropria de experiências (“eu fiz isso”, “eu sou assim” etc).
16. Manas (A Mente). A faculdade mental que sintetiza as impressões sensoriais iminentes na totalidade de conceitos e imagens.
V. Princípios de Experiência
Os cinco poderes da Cognição. (Jñanendriya)
17. Ghrana (Aroma). O sentido do olfato.
18. Rasa (Gosto). O sentido do paladar.
19. Cakshus (Olhar, ver). O sentido da visão.
20. Sparsha (Toque). O sentido do tato.
21. Sharavana (Audição). O sentido auditivo.
Os cinco poderes da Cognação. (Karmendriya)
22. Vac (Fala). A faculdade da comunicação.
23. Hasta (Mão). A faculdade de manipulação.
24. Pada (Pé). A faculdade da locomoção.
25. Payu (Anus). A faculdade digestoria.
26. Upastha (Genitais). A faculdade da procriação.
Os Cinco elementos sutis. (Tanmatra)
27. Shabda-tanmatra (Elemento sutil do som). O potencial para percepção auditiva.
28. Sparsha-tanmatra (Elemento sutil do toque). O potencial para percepção tátil.
29. Rupa-tanmatra (Elemento sutil da Visão). O potencial para percepção visual.
30. Rasa-tanmatra (Elemento sutil do paladar). O potencial para percepção gustativa.
31. Gandha-tanmatra (Elemento sutil do Aroma). O potencial para percepção olfativa.
32. Akasha-Bhuta (Elemento de Éter). O princípio da vacuidade produzido a partir do elemento sutil do som.
33. Vayu-Bhuta (Elemento do Ar). Princípio da mobilidade produzido a partir do elemento sutil do tato.
34. Agni-Bhuta (Elemento do fogo). Princípio da formação produzido a partir do elemento sutil da visão.
35. Apa-Bhuta (Elemento da Água). Princípio da liquidez produzido a partir do elemento sutil do paladar.
36. Prithivi-Bhuta (Elemento da Terra). O princípio da solidez produzido a partir do elemento sutil do olfato.
Baseado na escola Prathyabijna Tantra ou Trika.